Olá, meninas!
Hoje estou bem triste com um episódio que aconteceu em minha faculdade e ganhou repercussão nacional, o possível trote "racista" e "nazista" na Faculdade Direito da UFMG.
Confesso que o fato por si só já me causou bastante tristeza, mas esse sentimento só aumentou com os comentários, que não foram poucos e inclusive de pessoas próximas, defendendo os supostos "agressores". Pensemos na agressão moral, pois eu senti.
Com a repercussão, muitos foram à televisão e a outras mídias se manifestarem, eis que no meio de muita coisa surge este vídeo:
http://www.redetv.com.br/Video.aspx?52,15,325561,jornalismo,tv-fama,ufmg-abre-sindicancia-para-investigar-trote-racista
FOCO:
- Uma pessoa que nitidamente carrega traços de um afrodescendente, ainda assim se dirige aos negros com terceiros: "não somos racistas, temos amigos negros aqui na faculdade". ( essa é nova hein?!)
- essa mesma pessoa, usa outro argumento, mais forte, pra justificar que não são racistas: " A nossa Atlética usa o símbolo de um macacão"
Pesquisando um pouco sobre essa pessoa, descobri que além de estar cursando a faculdade de Direito, estagia no Ministério Público de nosso querido Estado mineiro.
Parei aí, revi o vídeo algumas vezes, e aí já não havia fôlego pra discutir friamente o episódio com os que insistiam em dizer que não viram nada demais no trote. Afinal, pra quê tanto diálogo?!
Aí vem a justificativa : Ignorância - Peraí, gente. as pessoas envolvidas nesse episódio e em seus desdobramentos podem ser consideradas várias coisas, menos ignorantes. São pessoas que sabem sim o que stão fazendo, e inclusive demonstramalto poder cognitivo segundo o concorridíssimo vestibular da Federal para essa Faculdade de Direito com Excelência.
Queria que entendessem, que nós nos sentiriamos menos humilhados se fosse um fato isolado, se fosse exceção, mas não é! Esse episódio acaba que está surtindo como uma válcula de escape, em que queremos de uma vez por todas que seja respeita a intolerância ao racismo, sobretudo em um ambiente que defende e conhece mais do que ninguém a nossa Consituição brasileira.
País racista, se assuma! Para dar fim ao racismo é preciso reconhecê-lo, para que não passe mais despercebido, e que quando percebido não passe mais a ser uma brincadeira ou um mau entendido.
E para os que como eu, consideram o cabelo uma manifestação política, deixo um trecho:
"Primeiro o ferro marcaA violência nas costasDepois o ferro alisaA vergonha nos cabelosNa verdade o que se precisaÉ jogar o ferro foraÉ quebrar todos os elosDessa correnteDe desesperos." (CUTI, 1986, p. 90)